Existe um grupo com grande expressividade na nova geração. Já não é mais um estilo inovador, ganhou força e tem uma posição sólida entre os jovens. Aliás, espalham-se como se brotassem do chão dos shoppings das cidades.
Sim, estou falando dos emos.
Não estou aqui para explicar a origem do termo, das roupas ou seja lá do que eles absorvam como característica.
Hoje em dia, quase tudo o que existe pode ser definido como emo. Roupas com bolinhas, listras, pretas, vermelhas, verdes, amarelas e todas as combinações possíveis entre elas. Calças apertadas, tênis All Star, gravatas. Pulseiras grossas, lápis de olho, unhas escuras.
Não parece que nosso mundo foi roubado?
Eis que descobri que não posso condená-los. Descobri hoje, andando pela Rua da Praia, como alguém se torna emo.
Não, não, nada a ver com gostar de ouvir emotional hardcore, essa coisa melódica, enquanto pesada; pesada, embora melódica.
Um emo é criado por diversos setores e fatos que, misturados, fazem um adolescente querer chorar num canto escuro.
Basta ter acontecido algo na sua vida, naquela semana - ou até mesmo em um único dia - que lhe deixe tristonho. Briga com a mãe, morte do cachorro, amor impossível, inacabado ou que teve seu fim, nota ruim na escola ou ter batido o dedão do pé na quina da cama.
Basta um pequeno acontecimento que cause mágoa.
Em outras épocas, você ligaria para seus amigos. Mas hoje é tudo muito caro, as pessoas estão muito ocupadas, a violência é muito grande para ficar dando mole na rua.
Ninguém pode, quer ou tem tempo para ajudar.
E ali está você com seu coração vulnerável, andando sozinho pela multidão da Praça da Alfândega, ouvindo FM para ver se surge alguma voz.
Então, uma música começa a tocar. Uma só não, uma série delas!
São bandas formadas por jovens. Eles sabem como você se sente, sabem o que te dói, sabem que terão identificação com esse público se falarem sobre isso e, o mais importante, sabem que isso vende.
Ao ouvir essa música, você pensa: Finalmente! Achei alguém pra me entender!
Sim, jovem incompreendido. Eles juram que te entendem.
Juram, também, que as roupas que usam são as mais legais e que você deveria adotar esse estilo.
Vá lá! Corte o cabelo, faça uma franja, pinte o olho de preto.
No caminho, passe na frente de muitas lojas e veja como elas também estão explorando esse estilo.
Elas sabem, bem como as bandas, o grande público consumidor que têm à disposição.
E é assim que, de repente, surge um novo emo.
Ele olha ao redor e vê que outros fizeram o mesmo.
São todos iguais. Você não está mais sozinho!
Seu vulnerável coração tristonho e solitário tem, agora, muitos semelhantes.
Todos poderão ser felizes unidos na infelicidade coletiva, que não pode terminar.
Afinal, se pararem os motivos para chorar, que graça vai ter em ser tão emotivo?
Os emos são nada além de vítimas de uma sociedade que não compreende a dor adolescente.
As novas vítimas da opressão.
Eles poderiam fazer algo meio Woodstock, mas com roupa e sem lama.
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Eu não tenho nada contra os emos.
Até ouço algumas dessas músicas.
Tenho o potencial, por assim dizer. Só não pretendo levá-lo adiante.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
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2 comentários:
que lindo amor.
lendo seu texto descobri o que eu quero ser. UM EMO. vou fazer chapinha, usar calças de meninas e te chamar de "meu amorxinhu lindo xuxuzao du meu coraçaum"
ioauehiuaehiuaehiuaeh
tendencia ou não, o mundo tá mudado com isso. fato!
beijos
isso me lembrou da conversa que tivemos na escuta. e me lembrou da escuta. e me lembrou vocês. e me lembrou que estou morrendo de saudadeeees!
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