domingo, 29 de julho de 2007

Quem te acompanha...

Uma boa companhia aparece sem querer, num fim de noite, num banheiro de shopping, num trabalho voluntário.
Aparece sem pedir licença, vai se instalando, abrindo a sua geladeira interna. Lhe transmite coisas boas, vem quando você precisa, lhe ensina novos sentimentos e traz novas sensações.
É alguém com quem temos novas descobertas, novas invenções. Quem faz você voltar à infância e depois crescer sem perceber.

Uma boa companhia estala os seus dedos pra incomodar, depois fica com pena porque doeu.
É divertida em festas, em parques, em casa vendo filme no sofá.

Uma boa companhia faz falta. Dá saudade. Mas, quando compartilhada em exagero, se distancia um pouquinho para voltar mais forte.

Uma boa companhia não avisa quem é. Mesmo assim, depois de cinco minutos de convívio, sabe-se que os próximos cinco minutos não devem ser desperdiçados com bobagem. Sabe-se que cinco minutos ao lado daquela pessoa poderão nos fazer um pouco mais felizes.

Na vida, poucos são assim. Nem sempre quem nos acompanha carrega em si todas essas qualidades.
No entanto, quando achamos uma, sabemos o quanto ela vale e tentamos valorizar isso.

Uma boa companhia tem preço e importância incalculáveis.
Uma boa companhia mostra o medo que se tem em perder alguém.
É aquela com a qual você até sabe viver sem mas, simplesmente, não quer.

Cultive de alguma forma aquela que você achar. Mesmo que ela não entenda todo o seu esforço e o julgue exagerado.
Até no Orkut para se aceitar um amigo, é necessário confirmar duas vezes.
Mas para rejeitá-lo, é uma vez só.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Primeiro de tudo.

"Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois, em cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha."
(Mário Quintana)

De certa forma, começos são fins. Parace contraditório, eu sei, mas ninguém começa algo estando puro, limpo de características antigas. Começar algo novo é uma maneira boa de terminar uma fase, de agregar, de seguir em frente.
A primeira vez de tudo é a última do que vinha antes.
O primeiro dia na faculdade é o último da vida de colegial. O primeiro dia de academia é o último da vida de ócio. O primeiro dia de um novo amor é o último da vida de lembranças do antigo.

As novidades não são interessantes só por serem novas, mas porque elas vêm para somar a tudo o que vivemos.
Elas não seriam possíveis se as novidades de ontem já não fossem velhas.
As primeiras vezes não existiriam sem as últimas.
E, assim, de certa forma, começar é terminar.

O fim pode ser um novo começo, me disse alguém uma vez. Naquele tempo, eu não entendia. Achava que fins eram fins, que dali se começava algo completamente diferente, e não se pensava mais no passado.
Ingenuidade e ilusão da minha parte, lógico.
Somos uma mistura de momentos. Nada se perde.
Os ensinamentos daquela briga traumática surgirão quando estivermos para cometer o mesmo erro. E, então, perceberemos que tudo fica escondido na memória, para aparecer de vez em quando.

Esse blog é um novo começo.
Algo que me faça escrever mais, publicar mais.
É o fim da vida de guardar as idéias só para mim, e o começo de mostrar pra todos que tiverem vontade(e paciência) de ler.

Não vai ter temas, nem ordem, nem validade.
É um espaço novo. Uma fase nova. Um momento.

Talvez dê certo, talvez não.
É uma tentativa. Mais uma entre tantas.

Vamos ver, vamos ver.
O importante é não pensar demais.