terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Postando

* Tenho vinte minutos e me deu uma vontade enorme de escrever.
Não sei bem se tenho um assunto. Sei que tenho, ao menos virtualmente, uma página em branco.
Quero escrever agora pra não perder o fio de inspiração.
Primeiro texto do ano. Vamos ver.



Sempre me disseram que tudo muda enquanto é possível. Algo incontrolável, acredito.
Afinal, se mudam sem querer, é porque nós não conseguimos fazer parar.
Talvez aquela história de destino, de momento, de pensamento.
Fechar a porta mas sair pela janela, entrar pela janela, abrir a janela.
Seja lá o que queira ser feito com a tal janela.

Entendo isso cada vez melhor.
Entendo melhor de janelas agora.
Vejo que as portas enganam. Bom mesmo são as janelas.

Explico: sabem quando estamos vivendo uma situação que parece confortável, que acreditamos certa, que juramos que vai durar? Ou melhor, que juramos nos fazer bem? Sabem como é?
Isso é uma porta. É grande, é promissora, parece ser o caminho.
A porta parece ser o único meio de entrar, até que fecham.
Fecham a porta na nossa cara. Batem. Trancam com duas voltas na chave.

Nos fazem acreditar que perdemos o único meio de seguir em frente.
Perdemos por onde entrar e sair.

Aprendi uma vez que era feio pular a janela. Não é para isso que foi feita, afinal, a abertura na parede.
Foi feita para arejar, para iluminar, para abrir e fechar.

Agora, e cada vez mais, aprendo que quando me tiram a porta, eu devo procurar a janela.
Tenho que ter a perspicácia de pular.
Tenho que arriscar a janela. Colocar uma perna, depois a outra.

Parando para analisar, um prédio tem sempre mais janelas do que portas.
Viajando, então, em uma comparação quase infantil, a vida é um prédio.
São poucas as situações que, como portas, vão se abrir de maneira segura. Demoramos até acharmos essa facilidade de, simplesmente, passar pela porta.
E, tão logo abertas, se fecham. É muito vulnerável uma porta aberta.

Mas a janela? Deixa ela encostada, só.
Deixa entrar um ventinho.

Minhas mudanças atuais se devem ao incrível número de janelas que encontrei.
Do nada, vi raios de sol atravessando as persianas e revelando as tais aberturas na parede.

As portas só abrem e fecham. Mas a janela aberta dá luz, areja...Se fechada, impede o frio de incomodar.
Podemos controlar o quanto queremos da janela. Qual a importância que queremos dar a ela.
A vida melhora quando descobre-se como são essenciais, embora menores.

Cansei das portas.
Bom mesmo são as janelas.
Repito para confirmar.



* texto mais para não perder o hábito.