O Dia dos Namorados surge a partir de São Valentim, bispo que foi contra a proibição do imperador Caldeus II de que fossem realizados casamentos em seu reino, a fim de criar um exército mais forte. O imperador acreditava que os jovens que não tivessem família se alistariam mais fácil. Valentim, no entanto, continuou a realizar as cerimônias em segredo. Ao ser descoberto, foi preso. Nesse período, recebia recados e presentes de jovens que diziam ainda acreditar no amor. O dia de São Valentim é comemorado em 14 de fevereiro. No Brasil, 12 de junho é Dia dos Namorados por ser véspera do dia de Santo Antônio, o nosso casamenteiro.
Simples assim.
De uns tempos para cá, o comércio se aproveita disso tudo para nos convencer, pobres amantes, de que devemos presentear nossos contemplados.
Nesse dia, especificamente.
Criam uma obrigatoriedade material entre os amados e uma sensação de indiferença entre os que não têm com quem, ou por que, trocar presentes.
Mas o tempo do amor, meus caros, não é o tempo do relógio.
Todos os dias seriam passíveis de presentes e de comemorações.
Não são necessários os corações voadores do shopping para que se lembre o quanto se ama.
Assim, cada mensagem de texto, ligação de longe, minuto de encontro são considerados grandes presentes.
Presentes, também, no sentido de tempo, de estarem acontecendo nesse momento.
Não vou aqui sucumbir ao clichê de dizer "amem todos os dias", ou "todo dia é dia de amar".
Não tenho autoridade nenhuma para explicar isso para quem está lendo.
Apenas digo que hoje não é um dia tão melhor que o outro.
Não deveríamos ter namorados por um dia.
Não saiam atrás de companhia para essa noite.
Não vale a pena.
Considerem-se amados todos os dias.
Considerem-se amados, hoje, um dia a mais.
Já diria Quintana, em Bilhete:
"Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda..."
É um bom jeito de pensar, mesmo que adore quando alguém grita de cima de um telhado.
**
Feliz Dia dos Namorados para os colegas que se gostam, para os amigos que se curtem, para os que param no meio do centro, para os que almoçam juntos, para os que tem medo do que é e, mais ainda, do que pode vir a ser.
quinta-feira, 12 de junho de 2008
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3 comentários:
Amei! Amo sempre o que tu escreve...
Sempre! Todos os dias!
Bjs
mas sabes porque, afinal, aqui é em junho.
porque um marqueteiro qualquer descobriu que era um mês de poucas vendas e resolver lançar uma campanha. aí pegou.
e, por acaso, era mês do santo casamenteiro.
e eu também acho muito bobo dia dos namorados. parece que a gente tem que ter um dia pra amar... :P
Confesso que quando vi que o texto era sobre o dia dos namorados, pensei "ai, lá vem mais clichês". Mas não. Conseguiste, com doçura e leveza, dar um tratamento diferenciado ao tema. E, também, apaziguar um pouco o sentimento de solidão que a mídia e a publicidade incutem nos não-namorados nessa data mercantil.
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