A prefeitura municipal de Porto Alegre instalou, em julho, sinaleiras sonoras para auxiliar a travessia de pedestres com deficiência visual nas faixas de segurança. Uma fica na sinaleira do Centro, quase na esquina da calçada que dá acesso à estação de trem Mercado.
Muitas pessoas passam por essa faixa em direção ao trem, a todo o momento. No começo e no fim da tarde, então, o movimento potencializa incrivelmente.
Logo que foram instaladas, muitos se perguntaram para que servia aquele botãozinho, que não acelerava o processo do sinal e apitava assim que ficava verde para pedestre.
Naquele momento, pensei comigo: logo vai estar estragado. Todos, inclusive os que não possuem deficiência alguma, vão apertar o botão, reduzindo a vida útil do aparelho.
Pois hoje tive a prova. Influenciado pela pressa e pela falta de eduçação, vi um homem fazendo exatamente o que eu havia imaginado. Na rua, nenhum deficiente visual para ouvir os apitos constantes de aviso.
A sinaleira apitava para a falta de educação.
Dia 5 de outubro temos eleições municipais. Não tenho vergonha de assumir que ainda não sei em quem votar para vereador.
Não voto em Porto Alegre, mas o meio sempre me fez acompanhar mais os candidatos da capital.
Porto Alegre está em todos os veículos, lógico.
Não tenho candidato. Não vejo ninguém que me agrade tanto assim.
Queria alguém nem tão novo, nem tão velho. Não vejo coerência nessa juventude e nem eficiência nos que concorrem pela quadragésima sétima vez.
Estou com a impressão de que estão passando as informações em um liquidificador e me fazendo absorver.
É uma papinha eleitoral.
Eu consigo fazer um pout-pourri de todos os jingles dos candidatos a prefeitura canoense.
Tudo bem, eu ainda me interesso por política.
Quero ver se arranjo um candidato pra Câmara.
Me preocupa o cara que aperta o botão da sinaleira sonora só por apertar.
Ele consome a mesma papinha que eu.
A diferença é que, acredito eu, ele gosta assim.
Não dá trabalho nem gasta os dentes.
Daqui um tempo, ele vai ser um dos primeiros a reclamar, no aconchego da visão, que a política não presta, que o país está indo ladeira abaixo...
Estão nos criando uma zona confortável na falta de informação.
Difícil escapar dessa rede.
Enfim, o que eu quero falar?
Em terra de cego, quem tem olho vê cada coisa que nem acredita...
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
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3 comentários:
Dá-lhe Aloha!
Arrasando sempre...
Bjss
hehehe
muito bom esse texto, aloha!
tu fez uma analogia boa demais!
muita saudade dessa terra de cegos e de ti!!!
"quer jairo jorge já... fogaçaAaAaAa"
gostei do pout-pourri´!
dá pra colocar o barulho do farol quando tranca, de metronomo, no pout-pourri.
hehehe
=*
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