Vinha há um tempo trabalhando com política e com políticos. Não desgostei, mas não tenho mais muita paciência.
Tudo gira em torno do poder, não importa o valor ou de onde venha. Pior! Não importa pra que esse poder sirva.
Ter nas mãos a decisão, o sim ou o não, a determinação, contamina.
Gosto de política no significado do termo, de ciência de governo, de chegar a resultados desejados. Mas a verdade é que se usa política para chegar ao que se quer particularmente. As questões se tornam pessoais demais e se perdem no sentido.
"Como chegamos até aqui mesmo?"
Então, eu estava saindo de casa, arrumada para meu primeiro dia de estágio em uma nova empresa. Adorei o cordão do crachá, queria mesmo ter um. O poder do nome se apresenta de todas as maneiras e eu me sinto mais confiante por estar aqui.
Todos esses pensamentos me consumiram uma noite de sono, onde eu só consegui tossir e olhar para o celular, esperando que despertasse.
No caminho para Porto Alegre (porque eu nunca trabalho em Canoas), ouvi que havia uma manifestação na frente da casa da Governadora, organizada por professores e apoiadores da causa do Cpers.
Não julgo, aqui, as razões que levam ao protesto. Tem muita coisa errada acontecendo mesmo. Acredito nisso porque vejo. Mas será que os fins, realmente, justificam os meios?
Confesso que detestaria ver minha rua interrompida por manifestantes, que estariam atrasando minha saída, perturbando meu dia. O que eu, que não posso mudar essa situação, tenho a ver com isso?
Também não acho certa a resposta da Yeda, vejam bem. Chamar professor de torturador não pode, nem em desabafo descontrolado. De qualquer forma, não espero mais boas reações da parte dela.
Muito menos concordo com a ação da Brigada, que sempre se mostra nervosa para esse tipo de situação. Não estranho no entanto.
O poder consome as idéias da gente, eu acho. Com ações como essa, a luta dos professores se perde num mar de questionamentos. No fim, se perde a razão e a discussão fica esquecida. O que entra em pauta é o comportamento dos lados envolvidos, não a situação da educação no Estado.
Afinal, o que é mais importante?
Mostrar que temos o poder de reclamar da governadora? Mostrar que uma classe unida pode perturbar a vida da Yeda? Mostrar para a população que existe corrupção no Piratini? Mostrar para o Cpers que tem mais poder? Mostrar que está brava? Mostrar que está certo ou errado?
Que tipo de decisão se quer tomar?
Vai dia, vem dia. Vai protesto, vem protesto e eu não vejo nada se resolvendo. Só vejo discussões federais sobre cotas, Enem, ProUni, inclusão, democratização, melhoria.
Nada é falado, nada é discutido, nada é democrático. Ou andam distraindo a minha atenção, ou eu não sei mais nada mesmo.
Nos deixam esquecer, todos os dias, que temos o poder de colocar as pessoas no poder. Como não se ensina isso, é impossível concordar com o que acontece depois.
Não desgosto de política, simplesmente cansei desse circo besta.
Até porque isso, pra mim, não é política.
É, no máximo, politicagem.
E eu aqui, inocente e boba, tão feliz com minha cordinha do crachá...
Se bem que eu nem queria ser eles mesmo.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
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