...de menos vergonha, de mais chá, de menos tosse.
Descansar pra curar da gripe, não me estressar quando algo dá errado.
Lembrar de comprar ingressos antecipados para o cinema nas férias, dormir mais no fim-de-semana pra não sofrer durante os outros dias.
Novos amigos, companhia pro almoço, menos timidez.
Preciso de adaptação!
Incrível como surgem necessidades todos os dias.
Nenhum dia é normal.
Quero meu nariz e minha garganta de volta.
Preciso de saúde.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Tudo é poder
Vinha há um tempo trabalhando com política e com políticos. Não desgostei, mas não tenho mais muita paciência.
Tudo gira em torno do poder, não importa o valor ou de onde venha. Pior! Não importa pra que esse poder sirva.
Ter nas mãos a decisão, o sim ou o não, a determinação, contamina.
Gosto de política no significado do termo, de ciência de governo, de chegar a resultados desejados. Mas a verdade é que se usa política para chegar ao que se quer particularmente. As questões se tornam pessoais demais e se perdem no sentido.
"Como chegamos até aqui mesmo?"
Então, eu estava saindo de casa, arrumada para meu primeiro dia de estágio em uma nova empresa. Adorei o cordão do crachá, queria mesmo ter um. O poder do nome se apresenta de todas as maneiras e eu me sinto mais confiante por estar aqui.
Todos esses pensamentos me consumiram uma noite de sono, onde eu só consegui tossir e olhar para o celular, esperando que despertasse.
No caminho para Porto Alegre (porque eu nunca trabalho em Canoas), ouvi que havia uma manifestação na frente da casa da Governadora, organizada por professores e apoiadores da causa do Cpers.
Não julgo, aqui, as razões que levam ao protesto. Tem muita coisa errada acontecendo mesmo. Acredito nisso porque vejo. Mas será que os fins, realmente, justificam os meios?
Confesso que detestaria ver minha rua interrompida por manifestantes, que estariam atrasando minha saída, perturbando meu dia. O que eu, que não posso mudar essa situação, tenho a ver com isso?
Também não acho certa a resposta da Yeda, vejam bem. Chamar professor de torturador não pode, nem em desabafo descontrolado. De qualquer forma, não espero mais boas reações da parte dela.
Muito menos concordo com a ação da Brigada, que sempre se mostra nervosa para esse tipo de situação. Não estranho no entanto.
O poder consome as idéias da gente, eu acho. Com ações como essa, a luta dos professores se perde num mar de questionamentos. No fim, se perde a razão e a discussão fica esquecida. O que entra em pauta é o comportamento dos lados envolvidos, não a situação da educação no Estado.
Afinal, o que é mais importante?
Mostrar que temos o poder de reclamar da governadora? Mostrar que uma classe unida pode perturbar a vida da Yeda? Mostrar para a população que existe corrupção no Piratini? Mostrar para o Cpers que tem mais poder? Mostrar que está brava? Mostrar que está certo ou errado?
Que tipo de decisão se quer tomar?
Vai dia, vem dia. Vai protesto, vem protesto e eu não vejo nada se resolvendo. Só vejo discussões federais sobre cotas, Enem, ProUni, inclusão, democratização, melhoria.
Nada é falado, nada é discutido, nada é democrático. Ou andam distraindo a minha atenção, ou eu não sei mais nada mesmo.
Nos deixam esquecer, todos os dias, que temos o poder de colocar as pessoas no poder. Como não se ensina isso, é impossível concordar com o que acontece depois.
Não desgosto de política, simplesmente cansei desse circo besta.
Até porque isso, pra mim, não é política.
É, no máximo, politicagem.
E eu aqui, inocente e boba, tão feliz com minha cordinha do crachá...
Se bem que eu nem queria ser eles mesmo.
Tudo gira em torno do poder, não importa o valor ou de onde venha. Pior! Não importa pra que esse poder sirva.
Ter nas mãos a decisão, o sim ou o não, a determinação, contamina.
Gosto de política no significado do termo, de ciência de governo, de chegar a resultados desejados. Mas a verdade é que se usa política para chegar ao que se quer particularmente. As questões se tornam pessoais demais e se perdem no sentido.
"Como chegamos até aqui mesmo?"
Então, eu estava saindo de casa, arrumada para meu primeiro dia de estágio em uma nova empresa. Adorei o cordão do crachá, queria mesmo ter um. O poder do nome se apresenta de todas as maneiras e eu me sinto mais confiante por estar aqui.
Todos esses pensamentos me consumiram uma noite de sono, onde eu só consegui tossir e olhar para o celular, esperando que despertasse.
No caminho para Porto Alegre (porque eu nunca trabalho em Canoas), ouvi que havia uma manifestação na frente da casa da Governadora, organizada por professores e apoiadores da causa do Cpers.
Não julgo, aqui, as razões que levam ao protesto. Tem muita coisa errada acontecendo mesmo. Acredito nisso porque vejo. Mas será que os fins, realmente, justificam os meios?
Confesso que detestaria ver minha rua interrompida por manifestantes, que estariam atrasando minha saída, perturbando meu dia. O que eu, que não posso mudar essa situação, tenho a ver com isso?
Também não acho certa a resposta da Yeda, vejam bem. Chamar professor de torturador não pode, nem em desabafo descontrolado. De qualquer forma, não espero mais boas reações da parte dela.
Muito menos concordo com a ação da Brigada, que sempre se mostra nervosa para esse tipo de situação. Não estranho no entanto.
O poder consome as idéias da gente, eu acho. Com ações como essa, a luta dos professores se perde num mar de questionamentos. No fim, se perde a razão e a discussão fica esquecida. O que entra em pauta é o comportamento dos lados envolvidos, não a situação da educação no Estado.
Afinal, o que é mais importante?
Mostrar que temos o poder de reclamar da governadora? Mostrar que uma classe unida pode perturbar a vida da Yeda? Mostrar para a população que existe corrupção no Piratini? Mostrar para o Cpers que tem mais poder? Mostrar que está brava? Mostrar que está certo ou errado?
Que tipo de decisão se quer tomar?
Vai dia, vem dia. Vai protesto, vem protesto e eu não vejo nada se resolvendo. Só vejo discussões federais sobre cotas, Enem, ProUni, inclusão, democratização, melhoria.
Nada é falado, nada é discutido, nada é democrático. Ou andam distraindo a minha atenção, ou eu não sei mais nada mesmo.
Nos deixam esquecer, todos os dias, que temos o poder de colocar as pessoas no poder. Como não se ensina isso, é impossível concordar com o que acontece depois.
Não desgosto de política, simplesmente cansei desse circo besta.
Até porque isso, pra mim, não é política.
É, no máximo, politicagem.
E eu aqui, inocente e boba, tão feliz com minha cordinha do crachá...
Se bem que eu nem queria ser eles mesmo.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Mudanças
O título não poderia ser mais preciso e óbvio. Não tenho um porquê sequer para enrolar nessa hora. É disso que quero falar, sobre tudo o que vem mudando ao redor. Nada melhor do que ser objetiva portanto.
"Teu blog é muito bom, mas é desatualizado", me disse meu pai. Grande observador.
Essa página permanece inalterada há tempos. Não consigo me concentrar para escrever aqui. A vida parece corrida, mas é muito mais por falta de organização. Nunca fui a pessoa mais da arrumação que eu conheço. Não sei sentar para estudar em uma mesa silenciosa, não sei dormir mais cedo porque sei que tenho que acordar antes para cumprir com as tarefas, não sei várias coisas que poderiam facilitar essa questão.
Sei planejar o dia seguinte, com o que tenho, com o que sei que vou fazer desordenadamente. Planejo o dia contando com os erros, o que já é um grande começo.
Mas faço a maioria do que tenho programado de véspera. Sofro por semanas pensando no que tenho para daqui a pouco e, quando vejo, lá está o grande dia. E lá estou eu correndo para acabar e ficar do jeito que eu imaginei nas longas horas de sofrimento antecipado.
"Tu tem mais sorte que juízo", me diz minha mãe. Grande entendedora.
No fim dá tudo certo, isso não muda.
-
Saímos do apartamento por onde moramos por sete longos anos. Viemos para uma casa, a duas quadras do endereço antigo.
Foi triste encaixotar tudo. Mais triste porque eu fiz isso nos dois dias anteriores e acumulei sete anos em sacolas espalhadas pelos cantos da casa.
Chorei um pouco, em algum desses cantos. Não tanto pela mudança, por sair de lá, mas pelo vazio. Por pensar em como cresci ali dentro.
Foi uma época de grandes decisões e acontecimentos. Ali chorei a maior perda da vida, logo na chegada, me formei no colégio, vi meus grandes amigos se distanciando, namorei a distância, acabei, fiz 18 anos, aprendi a dirigir, escolhi uma profissão, uma universidade, arranjei um estágio, novas responsabilidades, um novo namorado.
É incrível como sete anos conseguem nos mudar quando fazem parte de um período como esse. As grandes escolhas que eu fiz enquanto morava lá marcaram muito mais do que qualquer acontecimento que vivi ali. Nada demais, inclusive. Tudo cotidiano.
Todo o cotidiano, embora rotineiro, é marcado por mudanças que, às vezes, nem percebemos. E quando eu vi, tinha uma nova casa. Dessas de cores novas, quentes, com sacada branca.
É diferente não ter cinco andares para subir a fim de chegar em casa. É simples!
As caixas, aos poucos, vão sumindo e os objetos estão ganhando seu espaço. Parece que tudo pertencia a esse lugar antes, mesmo que muito não tenha mudado.
Tem até cara de casa essa nova casa. Cara de nossa casa.
-
E o mundo segue girando. A política finge mudar para nos agradar, mas a gente sabe que continua a mesma coisa. O Twitter tem cada vez mais seguidores tentando parecer politizados, mas a gente sabe que é só moda. O trânsito continua parado, a violência crescendo, a vida seguindo. Ontem mesmo, uma criança caiu do quinto andar e, dessa vez, a vida do país continuou. Não houve tanto abalo. A gente se acostuma.
Foi numa aula de quinta-feira que eu soube da morte do Michael Jackson. Eis uma notícia que mudou tudo, até a edição dos jornais daquela noite. Mudou, inclusive, a opinião da maioria que passou a chamá-lo de gênio e deixou de acusá-lo de abuso infantil.
A tragédia muda o olhar do mundo. A morte transforma a imagem do que se foi.
Mas bastava um elogio em vida para mudar a forma de agir e se portar diante de um mundo tão observador.
Tenho a impressão de que o necessário muda tarde demais.
-
Contratei o serviço de uma TV a cabo porque cansei da programação aberta. Descobri que não é mais como nos tempos em que meu tio pagava por isso. Tudo diferente.
Deixei muito tempo passar e me perdi.
Ainda assim, não consigo comer tomate cru. Me agonia. Estou aprendendo a gostar de pimentão, mas não contei pra quase ninguém, não quero criar expectativas.
Também continuo não gostando de esperar. Vou trocar de estágio e há dias espero para começar. Chego a estar pesada de tanta angústia.
Agora mesmo, comecei a escrever para passar o tempo enquanto esperava por alguém.
Irritante.
Embora esse texto tenha uma carga muito pessoal, o que tento evitar na hora de escrever aqui, mudar é tão inevitável quanto minha falta de tempo para me dedicar a atualizações.
Tinha três textos prontos na cabeça e perdi a hora, coloquei todos em uma gaveta da memória e não escrevi. Agora não sei por onde começar a procurar.
Ando perdida com tanta novidade. Não acompanho essa velocidade.
Até parece que as mudanças vêm com acelerador de tempo. Quando eu vejo, passou a semana.
De qualquer maneira, não sei como seria se não fosse assim.
Acho que estou me acostumando a não me acostumar.
Acho e só. Daqui a pouco já mudo de opinião.
São essas voltas que o mundo dá, sabe?
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Automatização
Estava indo para a aula quando desci do ônibus e pensei: como foi que cheguei aqui?
Não lembrava bem do que vi pelo caminho de casa até a faculdade, usando dois transportes públicos em dois trechos diferentes do percurso. "Será que tranquei a porta? Será que entreguei a passagem?".
Foi triste a conclusão de que eu não havia pensado para chegar até lá. Eu, simplesmente, fui. Virei meu próprio piloto automático, aquele que todos desejavam ter no carro, que toma conta inclusive do volante.
Pensar que não penso é uma contradição assustadora.
Quer dizer, pensar eu penso. Eu planejo, executo, tenho idéias, eu raciocino afinal de contas. O que tenho sentido diferente é que estou vivendo, dia após dia, com pensamentos tão simétricos que nem parecem grande coisa. Ao mesmo tempo, não paro de imaginar o que preciso fazer para me tornar o que pretendo. Não paro de inventar o que pretender.
É uma geração onde não basta ser bom, tem que ser o melhor. Não basta estudar, tem que fazê-lo a vida toda. Tem que ter carisma, pró-atividade, disposição, responsabilidade, inovação, inteligência e, ainda, ser você mesmo.
Nessa linha de ser o que todos esperam ao mesmo tempo em que somos quem somos, criamos um clone robotizado que cumpre todas as tarefas e agrada constantemente. Uma espécie de esquizofrenia global que não nos deixa mais espaço pra saber o que vemos de verdade no mundo. É como se todos nos atendessem em call centers, com sotaques diferentes e sem resolver o problema de ninguém. Padrão social sem o menor vestígio de unidade.
Quis refletir sobre os amigos que tenho visto, os lugares que tenho visitado, os planos que tenho feito. Não consegui um saldo positivo sequer. Muitos dos meus amigos eu perdi e, para os que tento resgatar, não acho compatibilidade de agenda. Arranjei novos amigos que são um tanto quanto emprestados e que podem se ir quando acabar o momento. Não vou a lugares diferentes há tanto tempo que nem sei mais qual foi minha última grande descoberta turística. Não consigo nem visitar a serra direito. Fiz mil novos planos sem ter cumprido os prazos dos trezentos antigos. Ou seja, grande possibilidade de vê-los afundados em nada.
Se minha rotina se resumisse a papéis, como os dessa escrivaninha do computador onde escrevo, estaria tudo empilhado e jogado pelos cantos, com rascunhos e pensamentos soltos. Nada muito organizado, nada muito concreto.
Ver as fotos de realizações alheias não me causa inveja. Elas nunca causaram.
Afinal, gosto da minha vida como ela é. Ainda assim, acabo pensando que realmente existe um pouco de mediocridade num cotidiano sem grandes aventuras. Queria mesmo respirar novos e bons ares.
Talvez eu chegasse em um destino que me mostrasse que estar longe do que conhecemos pode ser pior. Que tudo vai dar certo onde eu estou e que não há com o que se preocupar.
Talvez eu queira um país de maravilhas, ser Alice por um dia, ver que seguir coelhos brancos pode me custar a cabeça no julgamento de uma rainha egocêntrica e que importa, sim, saber para onde eu quero e devo seguir.
Ando com tantas questões que daqui a pouco vou parecer um computador que, cheio de arquivos, começa a trancar.
E isso é irritante demais.
***
o pior é saber que as pessoas podem não considerar a liberdade de inspiração e pensar que esse texto é um desabafo deprimido. Não é!
Não lembrava bem do que vi pelo caminho de casa até a faculdade, usando dois transportes públicos em dois trechos diferentes do percurso. "Será que tranquei a porta? Será que entreguei a passagem?".
Foi triste a conclusão de que eu não havia pensado para chegar até lá. Eu, simplesmente, fui. Virei meu próprio piloto automático, aquele que todos desejavam ter no carro, que toma conta inclusive do volante.
Pensar que não penso é uma contradição assustadora.
Quer dizer, pensar eu penso. Eu planejo, executo, tenho idéias, eu raciocino afinal de contas. O que tenho sentido diferente é que estou vivendo, dia após dia, com pensamentos tão simétricos que nem parecem grande coisa. Ao mesmo tempo, não paro de imaginar o que preciso fazer para me tornar o que pretendo. Não paro de inventar o que pretender.
É uma geração onde não basta ser bom, tem que ser o melhor. Não basta estudar, tem que fazê-lo a vida toda. Tem que ter carisma, pró-atividade, disposição, responsabilidade, inovação, inteligência e, ainda, ser você mesmo.
Nessa linha de ser o que todos esperam ao mesmo tempo em que somos quem somos, criamos um clone robotizado que cumpre todas as tarefas e agrada constantemente. Uma espécie de esquizofrenia global que não nos deixa mais espaço pra saber o que vemos de verdade no mundo. É como se todos nos atendessem em call centers, com sotaques diferentes e sem resolver o problema de ninguém. Padrão social sem o menor vestígio de unidade.
Quis refletir sobre os amigos que tenho visto, os lugares que tenho visitado, os planos que tenho feito. Não consegui um saldo positivo sequer. Muitos dos meus amigos eu perdi e, para os que tento resgatar, não acho compatibilidade de agenda. Arranjei novos amigos que são um tanto quanto emprestados e que podem se ir quando acabar o momento. Não vou a lugares diferentes há tanto tempo que nem sei mais qual foi minha última grande descoberta turística. Não consigo nem visitar a serra direito. Fiz mil novos planos sem ter cumprido os prazos dos trezentos antigos. Ou seja, grande possibilidade de vê-los afundados em nada.
Se minha rotina se resumisse a papéis, como os dessa escrivaninha do computador onde escrevo, estaria tudo empilhado e jogado pelos cantos, com rascunhos e pensamentos soltos. Nada muito organizado, nada muito concreto.
Ver as fotos de realizações alheias não me causa inveja. Elas nunca causaram.
Afinal, gosto da minha vida como ela é. Ainda assim, acabo pensando que realmente existe um pouco de mediocridade num cotidiano sem grandes aventuras. Queria mesmo respirar novos e bons ares.
Talvez eu chegasse em um destino que me mostrasse que estar longe do que conhecemos pode ser pior. Que tudo vai dar certo onde eu estou e que não há com o que se preocupar.
Talvez eu queira um país de maravilhas, ser Alice por um dia, ver que seguir coelhos brancos pode me custar a cabeça no julgamento de uma rainha egocêntrica e que importa, sim, saber para onde eu quero e devo seguir.
Ando com tantas questões que daqui a pouco vou parecer um computador que, cheio de arquivos, começa a trancar.
E isso é irritante demais.
***
o pior é saber que as pessoas podem não considerar a liberdade de inspiração e pensar que esse texto é um desabafo deprimido. Não é!
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Começo com dúvidas
Comecei o ano com uma série de questões para resolver.
Questões existenciais que, provavelmente, não farão a menor diferença para quem lê. Isso é, se alguém resolver ler.
Ao mesmo tempo, se eu me identifico nos outros, participo de seus problemas e aconselho algumas soluções, quem sabe alguém veja algo em comum comigo e saiba me dar alguma resposta interessante?
Passei a virada de ano na mesma praia de 22 verões, com a minha família quase completa e dois agregados – uma nova e o mesmo meu. Os fogos de artifício de Bonja Beach não são comparáveis a nada, deixam muito a desejar. Embora eu tenha achado esse ano bem mais bonito do que outros. Tirando aqueles tiros irritantes que incomodam os ouvidos do meu cachorro, além de quase estragar o meu bom-humor de fim de ano, a noite estava bem agradável e bonita.
Minha irmã foi com amigos para Jurerê Internacional. Diz que foi o melhor Reveillón (como escreve??) da vida.
Alguns fatores me atraiam pra noite em família e não me arrependo. O ano passado teve vó passando mal, eu batendo o carro, meu tio morando longe. Eu queria a lentilha da minha avó e abraçar a minha mãe.
Fiquei feliz com isso, mesmo que tenham me dito que é bobagem.
Descobri que me contento com pouco. Digo até que, às vezes, esse pouco me parece muito.
Fico feliz de ver minha matéria na capa do site da prefeitura, mesmo que não tenha meu nome. Fico feliz com um elogio sincero do meu chefe. Fico feliz com o apoio dos meus amigos.
Meu feriado inteiro não custou um décimo do que o de muita gente que fez grandes viagens.
Mas tive abraços sinceros e olhos marejados de lágrima.
Será que me contentar com pouco significa que eu tenho uma vida rasa? Ou que eu mereça pouco?
Ou que de pouco em pouco eu vou alcançando o que eu quero, o que eu tenho e o que eu pretendo?
Para um bom começo de ano, ficarei com a última opção.
**
Vi no trem uns oito vestibulandos da UFRGS saindo da Festa das Tintas. É interessante essa alternativa de comemorar antes de sair o resultado, que às vezes decepciona por causa de uma vírgula na redação.
Os oito comemoravam, pulavam, imaginavam a vida universitária.
É triste pensar que a maioria não vai ser aprovada no vestibular. Não falo isso porque acho que eles não passaram, nem os conheço! Mas porque a maioria não passa na prova. Fato matemático e inevitável. Só entra um a cada vaga.
Triste fim.
Eu tentei Medicina duas vezes na federal e, quando percebi que devia ter algum motivo para não me motivar pra estudar, parti pro Jornalismo que sempre me disseram que eu devia fazer. Foi por pouco que não passei. Talvez por uma semana de estudo incessante, com menos preguiça.
Decidi partir, objetivamente, para uma universidade particular. Agora, faltam dois anos para a minha formatura. Não me sinto fracassada por isso.
Aliás, tenho medo que os vestibulandos não saibam lidar com a decepção. O colégio não ensina isso.
A faculdade também não...Mas as provas são mais constantes e é você por você mesmo. Pelo que você quer se tornar.
Não tem mais tempo pra pensar no que ser quando crescer. O mundo te cutucou no ombro e disse: você cresceu.
Será que crescemos mesmo?
Eu gosto ainda de reinventar e melhorar o que eu quero ser...
Vou sendo isso, até que mudo.
Acrescento um detalhe aqui e ali e vou em frente.
Enfrento.
**
Já faz seis anos que meu avô faleceu. Com ele, eu montava a árvore de Natal todos os anos. De uns tempos pra cá, minha casa quase nunca tem um pinheiro bem enfeitado. Eles dizem que não precisa, que não tem criança em casa.
Ué, e eu com um pouquinho de criança ainda dentro de mim?
Não serve?
Fiz uma matéria com uma família na Vila Foz e eles tinham uma árvore bem grande.
Achei bonito e fiquei um pouco melancólica.
Nada fica sempre igual. Nem sempre eu acho isso muito legal.
Pra me agradar, minha tia montou um pinheirinho artificial menor que o meu braço. Foi uma boa tentativa, ficou bonitinho.
Só que não era o pinheiro do meu avô.
A presença silenciosa dele me faz falta.
**
Só se fala na tal reforma ortográfica. Não se sabe mais como escrever.
Fico um pouco irritada com isso.
Se tiver erro aqui, azar.
**
Ganhei uma serenata de presente por um ano de namoro. Morri de vergonha e acredito que não tenha demonstrado o quanto adorei.
Essa minha timidez ainda me trava demais. Espero ainda não estragar tudo com isso.
**
Com isso tudo de não ter pinheiro, de não ter Tatzie no Reveillon, de não ter férias de verão, de não saber se quero muito ou pouco, de ideia não ter mais acento, vejo que tudo fica cada vez mais estranho.
A mudança do mundo já está dentro da minha casa.
É disso que eu tenho medo.
ps: post longo.
Questões existenciais que, provavelmente, não farão a menor diferença para quem lê. Isso é, se alguém resolver ler.
Ao mesmo tempo, se eu me identifico nos outros, participo de seus problemas e aconselho algumas soluções, quem sabe alguém veja algo em comum comigo e saiba me dar alguma resposta interessante?
Passei a virada de ano na mesma praia de 22 verões, com a minha família quase completa e dois agregados – uma nova e o mesmo meu. Os fogos de artifício de Bonja Beach não são comparáveis a nada, deixam muito a desejar. Embora eu tenha achado esse ano bem mais bonito do que outros. Tirando aqueles tiros irritantes que incomodam os ouvidos do meu cachorro, além de quase estragar o meu bom-humor de fim de ano, a noite estava bem agradável e bonita.
Minha irmã foi com amigos para Jurerê Internacional. Diz que foi o melhor Reveillón (como escreve??) da vida.
Alguns fatores me atraiam pra noite em família e não me arrependo. O ano passado teve vó passando mal, eu batendo o carro, meu tio morando longe. Eu queria a lentilha da minha avó e abraçar a minha mãe.
Fiquei feliz com isso, mesmo que tenham me dito que é bobagem.
Descobri que me contento com pouco. Digo até que, às vezes, esse pouco me parece muito.
Fico feliz de ver minha matéria na capa do site da prefeitura, mesmo que não tenha meu nome. Fico feliz com um elogio sincero do meu chefe. Fico feliz com o apoio dos meus amigos.
Meu feriado inteiro não custou um décimo do que o de muita gente que fez grandes viagens.
Mas tive abraços sinceros e olhos marejados de lágrima.
Será que me contentar com pouco significa que eu tenho uma vida rasa? Ou que eu mereça pouco?
Ou que de pouco em pouco eu vou alcançando o que eu quero, o que eu tenho e o que eu pretendo?
Para um bom começo de ano, ficarei com a última opção.
**
Vi no trem uns oito vestibulandos da UFRGS saindo da Festa das Tintas. É interessante essa alternativa de comemorar antes de sair o resultado, que às vezes decepciona por causa de uma vírgula na redação.
Os oito comemoravam, pulavam, imaginavam a vida universitária.
É triste pensar que a maioria não vai ser aprovada no vestibular. Não falo isso porque acho que eles não passaram, nem os conheço! Mas porque a maioria não passa na prova. Fato matemático e inevitável. Só entra um a cada vaga.
Triste fim.
Eu tentei Medicina duas vezes na federal e, quando percebi que devia ter algum motivo para não me motivar pra estudar, parti pro Jornalismo que sempre me disseram que eu devia fazer. Foi por pouco que não passei. Talvez por uma semana de estudo incessante, com menos preguiça.
Decidi partir, objetivamente, para uma universidade particular. Agora, faltam dois anos para a minha formatura. Não me sinto fracassada por isso.
Aliás, tenho medo que os vestibulandos não saibam lidar com a decepção. O colégio não ensina isso.
A faculdade também não...Mas as provas são mais constantes e é você por você mesmo. Pelo que você quer se tornar.
Não tem mais tempo pra pensar no que ser quando crescer. O mundo te cutucou no ombro e disse: você cresceu.
Será que crescemos mesmo?
Eu gosto ainda de reinventar e melhorar o que eu quero ser...
Vou sendo isso, até que mudo.
Acrescento um detalhe aqui e ali e vou em frente.
Enfrento.
**
Já faz seis anos que meu avô faleceu. Com ele, eu montava a árvore de Natal todos os anos. De uns tempos pra cá, minha casa quase nunca tem um pinheiro bem enfeitado. Eles dizem que não precisa, que não tem criança em casa.
Ué, e eu com um pouquinho de criança ainda dentro de mim?
Não serve?
Fiz uma matéria com uma família na Vila Foz e eles tinham uma árvore bem grande.
Achei bonito e fiquei um pouco melancólica.
Nada fica sempre igual. Nem sempre eu acho isso muito legal.
Pra me agradar, minha tia montou um pinheirinho artificial menor que o meu braço. Foi uma boa tentativa, ficou bonitinho.
Só que não era o pinheiro do meu avô.
A presença silenciosa dele me faz falta.
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Só se fala na tal reforma ortográfica. Não se sabe mais como escrever.
Fico um pouco irritada com isso.
Se tiver erro aqui, azar.
**
Ganhei uma serenata de presente por um ano de namoro. Morri de vergonha e acredito que não tenha demonstrado o quanto adorei.
Essa minha timidez ainda me trava demais. Espero ainda não estragar tudo com isso.
**
Com isso tudo de não ter pinheiro, de não ter Tatzie no Reveillon, de não ter férias de verão, de não saber se quero muito ou pouco, de ideia não ter mais acento, vejo que tudo fica cada vez mais estranho.
A mudança do mundo já está dentro da minha casa.
É disso que eu tenho medo.
ps: post longo.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Senso Crítico
“Bom, vamos começar... Hoje almocei com minhas amigas veteranas de Vida Urgente. Comemos bife à parmegiana e batatas fritas. Estava bom. Eu gostei de como comecei mais um dia de trabalho.”
Mas isso não interessa para vocês, não é?
Tenho certeza que muitos querem saber como estou, se tudo está bem. Só que esses vêm e me perguntam, obtendo resposta quase imediata, sem muitos detalhes.
Sei que os detalhes não importam para a maioria que veio até aqui “me” ler.
Essa deve ser a minha quarta tentativa de manter um blog.
Nenhum deles pretendia seguir uma linha restrita de texto.
Era, simplesmente, um espaço para que eu colocasse minhas visões sobre o que acontece ao redor e, se fica desatualizado, não é por falta de assunto.
Garanto que muitas situações que presencio se repetem constantemente na vida de todos.
O mundo é cíclico. Não há muita variedade, se analisarmos bem.
Ainda assim, ultimamente tenho pensado em um objetivo para essa página.
Seria informar? Falar sobre as notícias do mundo?
Comentar a pauta dos outros não é algo que eu ache interessante de fazer.
Seria escrever crônica? Ficção? Colunas culturais?
Decido, mais uma vez, não me enquadrar em nenhuma alternativa, por enquanto.
Tenho aqui uma página livre, minha, em branco, onde posso escrever o que quiser para quem quiser ler (inclusive, tenho dúvidas se alguém ainda lê).
Não quero um meio de autopromoção.
Comecei o texto com um trecho de detalhes porque vejo, por aí, muitos blogs que contam sobre seu dia, sobre os sabores dos seus sorvetes, sobre a sua programação. Lendo, não vejo a menor graça.
Acredito que a nossa vida tenha sentido para um pequeno universo de pessoas que nos cercam. Quando a informação ultrapassa esse universo, não faz sentido e banaliza, perde a importância.
Eu não quero banalizar momentos como os que eu tive hoje no almoço.
São eles que dão sabor às muitas histórias que temos para contar.
Talvez me falte a pretensão boba de querer ter o melhor blog da lista.
Talvez eu pudesse vir aqui mostrar que boa futura jornalista eu vou ser.
Só que tenho aprendido, na vida universitária, que posso mostrar o que sei fazer para aqueles que merecem saber, sem parecer pedante ou prepotente.
Enquanto isso, sigo escrevendo sobre tudo e para todos.
Esperando o momento certo chegar.
***
ps: em homenagem aos chuchus que a Vida me deu.
Mas isso não interessa para vocês, não é?
Tenho certeza que muitos querem saber como estou, se tudo está bem. Só que esses vêm e me perguntam, obtendo resposta quase imediata, sem muitos detalhes.
Sei que os detalhes não importam para a maioria que veio até aqui “me” ler.
Essa deve ser a minha quarta tentativa de manter um blog.
Nenhum deles pretendia seguir uma linha restrita de texto.
Era, simplesmente, um espaço para que eu colocasse minhas visões sobre o que acontece ao redor e, se fica desatualizado, não é por falta de assunto.
Garanto que muitas situações que presencio se repetem constantemente na vida de todos.
O mundo é cíclico. Não há muita variedade, se analisarmos bem.
Ainda assim, ultimamente tenho pensado em um objetivo para essa página.
Seria informar? Falar sobre as notícias do mundo?
Comentar a pauta dos outros não é algo que eu ache interessante de fazer.
Seria escrever crônica? Ficção? Colunas culturais?
Decido, mais uma vez, não me enquadrar em nenhuma alternativa, por enquanto.
Tenho aqui uma página livre, minha, em branco, onde posso escrever o que quiser para quem quiser ler (inclusive, tenho dúvidas se alguém ainda lê).
Não quero um meio de autopromoção.
Comecei o texto com um trecho de detalhes porque vejo, por aí, muitos blogs que contam sobre seu dia, sobre os sabores dos seus sorvetes, sobre a sua programação. Lendo, não vejo a menor graça.
Acredito que a nossa vida tenha sentido para um pequeno universo de pessoas que nos cercam. Quando a informação ultrapassa esse universo, não faz sentido e banaliza, perde a importância.
Eu não quero banalizar momentos como os que eu tive hoje no almoço.
São eles que dão sabor às muitas histórias que temos para contar.
Talvez me falte a pretensão boba de querer ter o melhor blog da lista.
Talvez eu pudesse vir aqui mostrar que boa futura jornalista eu vou ser.
Só que tenho aprendido, na vida universitária, que posso mostrar o que sei fazer para aqueles que merecem saber, sem parecer pedante ou prepotente.
Enquanto isso, sigo escrevendo sobre tudo e para todos.
Esperando o momento certo chegar.
***
ps: em homenagem aos chuchus que a Vida me deu.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Sob as luzes da fama
Não quis escrever sobre o seqüestro da menina de São Paulo. Agora que já passou um tempo, posso afirmar que ninguém mais fala tanto sobre isso.
Acabou. Já foi.
Não é mais novidade.
Não que seqüestros no Brasil possam figurar na categoria "novidades". Todos os dias, inúmeros casos semelhantes acontecem em muitos pontos do país, bem como por inúmeros motivos.
Também, não vamos dizer que essa foi a primeira rejeição amorosa que virou tragédia por aqui. Não sejamos bobos.
O que atraiu tanto, então?
O show.
Mas não quero falar sobre isso, também. Muitos já questionaram o papel da imprensa nesse caso específico e eu seria apenas mais uma voz no coro.
O que me intriga é o que há de errado em viver uma vida simples. Por que, afinal, as pessoas precisam de grandes tragédias ou grandes conquistas para se sentirem plenas?
As conquistas eu até entendo. Uma vida de objetivos prevê uma vitória no final.
Acontece que, na falta de perspectiva gloriosa, acredita-se que uma grande tristeza tem o seu valor.
Vivemos em uma sociedade que julga, mesmo sem poder para tal, não pelo que alguém é ou faz, mas pelo que parece ser ou fazer.
Não precisa cantar, tem estúdio que conserta a voz.
Não precisa saber escrever, tem gente que te ajuda na correção.
Não precisa ser bom para conseguir o tal emprego, basta na entrevista convencer de que é.
Se você parece, meio caminho andado para acreditarem que você é.
O espetáculo abre as portas para aquele que sofre, aquela que apanha do marido, aquele que é traído. Para a mãe que perdeu a filha, para a família que perdeu a casa na enchente.
Quinze minutos de fama.
Abanem e sorriam para as câmeras, por favor.
De quem é a culpa? Falta ética na mídia? Condenemos os jornalistas, oh, raça que se vale da tristeza alheia (raça a que quase pertenço, inclusive)?
Não.
O que vemos é reflexo dos interesses de um público que não planeja o futuro. Que não se imagina no topo por esforço.
Esse público compõe a parcela que mais consome esse tipo de entretenimento.
Um público que quer “sensacionalizar” uma vida comum, a ponto de achar que isso tudo valoriza a existência.
O que esperar de uma sociedade que faz da morte um acontecimento digno de milhares de visitantes? Onde estão esses visitantes quando o assunto é, realmente, de interesse público?
A vida anda tão complicada que a fama vem do lado inverso. São artistas pelo avesso. Atores de uma vida que, de tão normal, precisa de uma luz para ter graça.
O público não quer mais aplaudir e só.
Quer, a qualquer custo, fazer da vida um espetáculo.
Uma pena.
Acabou. Já foi.
Não é mais novidade.
Não que seqüestros no Brasil possam figurar na categoria "novidades". Todos os dias, inúmeros casos semelhantes acontecem em muitos pontos do país, bem como por inúmeros motivos.
Também, não vamos dizer que essa foi a primeira rejeição amorosa que virou tragédia por aqui. Não sejamos bobos.
O que atraiu tanto, então?
O show.
Mas não quero falar sobre isso, também. Muitos já questionaram o papel da imprensa nesse caso específico e eu seria apenas mais uma voz no coro.
O que me intriga é o que há de errado em viver uma vida simples. Por que, afinal, as pessoas precisam de grandes tragédias ou grandes conquistas para se sentirem plenas?
As conquistas eu até entendo. Uma vida de objetivos prevê uma vitória no final.
Acontece que, na falta de perspectiva gloriosa, acredita-se que uma grande tristeza tem o seu valor.
Vivemos em uma sociedade que julga, mesmo sem poder para tal, não pelo que alguém é ou faz, mas pelo que parece ser ou fazer.
Não precisa cantar, tem estúdio que conserta a voz.
Não precisa saber escrever, tem gente que te ajuda na correção.
Não precisa ser bom para conseguir o tal emprego, basta na entrevista convencer de que é.
Se você parece, meio caminho andado para acreditarem que você é.
O espetáculo abre as portas para aquele que sofre, aquela que apanha do marido, aquele que é traído. Para a mãe que perdeu a filha, para a família que perdeu a casa na enchente.
Quinze minutos de fama.
Abanem e sorriam para as câmeras, por favor.
De quem é a culpa? Falta ética na mídia? Condenemos os jornalistas, oh, raça que se vale da tristeza alheia (raça a que quase pertenço, inclusive)?
Não.
O que vemos é reflexo dos interesses de um público que não planeja o futuro. Que não se imagina no topo por esforço.
Esse público compõe a parcela que mais consome esse tipo de entretenimento.
Um público que quer “sensacionalizar” uma vida comum, a ponto de achar que isso tudo valoriza a existência.
O que esperar de uma sociedade que faz da morte um acontecimento digno de milhares de visitantes? Onde estão esses visitantes quando o assunto é, realmente, de interesse público?
A vida anda tão complicada que a fama vem do lado inverso. São artistas pelo avesso. Atores de uma vida que, de tão normal, precisa de uma luz para ter graça.
O público não quer mais aplaudir e só.
Quer, a qualquer custo, fazer da vida um espetáculo.
Uma pena.
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